Como ter um equilíbrio entre a minha juventude e a minha espiritualidade?

Engraçado. Hoje eu acordei com um tema na minha cabeça... sobre quantas pessoas já me escreveram falando sobre seus conflitos entre viver uima vida espiritualizada mas sem deixar de viver sua juventude. "Como viver em equilíbrio?"

A resposta está contida na própria pergunta: equilíbrio. 

E só o tempo, as vivências e as experiências vão mostrar onde esse equilíbrio está... A cada dia, com cada escolha... Também não adianta tentar fugir desse impulso, dessa chamada pela espiritualidade. 

Ao longo de todos esses anos em que eu mergulhei de cabeça na minha missão espiritual, desde os 12 anos de idade e, com mais força ainda, a partir dos vinte e quatro... eu convivi com muitas pessoas que tinham esse conflito dentro delas... algumas me diziam "Eu sou muito jovem. Não quero assumir esse tipo de responsabilidade. A espiritualidade chama muito. Prende a gente. Não sou santa nem santo." Essas pessoas optaram por viver uma felicidade mais imediata. Estar sempre com o corpo sarado. Sempre com a roupa da moda. Comprar um apartamento bom. Casar, para logo depois separar. Viveram inúmeros desgostos e conflitos, típicos de qualquer ser humano na Terra. Optaram pela felicidade em detrimento da sensação da Bem-Aventurança. esta sim eterna.

Eu vi essas pessoas passarem por suas vidas, pouco a pouco, ganhando algumas marcas do tempo em seu rosto, suaves rugas na testa e ao redor dos lábios... Alguns fios de cabelo branco tampados sistematicamente com tinta de quinze em quinze dias para não mostrar na raiz. Eu vi essas pessoas me confidenciarem: "Sabe, eu estou envelhecendo. Não gosto mais quando eu me olho no espelho. Um jovem de vinte anos é muito mais bonito e atraente do que eu. Eu estou pedindo a Deus para morrer logo."

À beira dos quarenta anos. Idade de ouro. Idade das maiores alegrias para aqueles que optaram pela Bem-Aventurança...

Não estou aqui fazendo propaganda de quanto as minhas escolhas foram maravilhosas e de quanto essas pessoas foram fúteis ou infelizes, não. Só acordei com esse "chamado" para escrever sobre isso hoje. Para todos os jovens que me escreveram... Eu diria: 

Eu vi o tempo passar. E vi aqueles que assumiram suas responsabilidades espirituais sorrirem cada vez mais, um sorriso tranquilo, com uma sensação de paz espiritual. Eu vi aqueles que optaram pela materialidade caírem em desespero, num sentimento de que algo muito importante lhes faltou, num vazio. Num desespero por estarem envelhecendo.

Então, hoje, eu que não sou mais aquela jovem Atma de vinte e quatro anos e que estou a dois anos de completar a minha idade da Loba (quarenta), eu posso olhar para trás e ver o quanto eu deixei tantas vezes de viver coisas que seriam típicas da juventude desta era. Para mim, não preenchiam o meu Espírito. Não me traziam prazeres. Quantas horas eu passei sozinha no meu quarto, junto com todo o brilho do auge da minha beleza morena e juventude, para deixar preparado os escritos que eu haveria de lançar anos depois. Quantas vezes eu nadei contra a correnteza daquilo que as massas estipulavam que eu deveria fazer, porque eu deveria "aproveitar ao máximo a minha vida e a minha juventude", mas eu preferia ficar em casa ou em pequenos círculos de estudo fazendo pesquisas sobre Jung, Física Quântica, Lei da Atração, Leis da Física, Leis de tudo aquilo que fazia o meu espírito brilhar com essa curiosidade científica, com essa sede de saber mais, com essa sede de compreender além da vida material, com esse impulso grandioso de transmitir tudo para o papel em forma de livros...

Eu posso dizer que hoje, não tenho vontade de morrer logo só porque grupos de fios brancos já aparecem em meus cabelos. Nem mesmo porque algumas suaves marcas de tempo começam a marcar, bem de leve, o meu rosto. Não. Com todos os desafios e problemas que ainda tenho que enfrentar, para viver, quando eu deito a cabeça no travesseiro, eu sinto uma certa Paz na consciência... uma sensação de dever cumprido... E isso supera esse certo ressentimento pelas coisas que eu poderia ter vivivo mas não vivi. De tudo o que eu abri mão para poder me concentrar completamente nos meus sonhos, nas minhas visões, vivendo determinadamente - quase de um modo louco - no sentido do cumprimento das minhas metas traçadas, que acredito eu ser a minha Missão Espiritual.

Então, para que você que é ainda bem jovem e está com estes conflitos, é esta a contribuição que eu posso deixar hoje... Viva... viva o que vem do seu Espírito... porque a pele, os cabelos, a carne, isso tudo vai mudar com o tempo... mesmo que hoje em dia tenhamos métodos para viver bem por muito mais tempo... até mesmo com o poder de nossas mentes podemos permanecer belos por muito tempo... Não significando a chegada de uma idade mais madura, de jeito nenhum, uma porta para a ausência de beleza.

Não. Não pense assim. Você veio nesta Terra para SER QUEM VOCÊ É. E este é o maior presente que você pode deixar aqui, trazer para nós. Todos nós, como um grupo espiritual que somos, porque compartilhamos esta mesma morada, estamos ansiando por ver o seu espírito brilhar com todo o fulgor. Para que área você veio preparado? Para brilhar nas artes, na música, no piano, com a sua voz? Para pintar telas belíssimas e vibrantes? Para ser um grande cientista? Para ser uma mãe dedicada que inspira diversas outras? Para ser um trabalhador da Paz? Para ser um bom pai que inspira diversos outros? Para falar de esperança? Para brilhar no esporte e falar de saúde, de força e de determinação? Por fim, esclareço mais um ponto muito importante: viver a sua espiritualidade NÃO significa necessariamente passar horas a fio trancado rezando. Significa ser autêntico. Ser apenas quem você é. 

Confie no chamado do seu coração. Que aí vai dar tudo certo.




Namastê.
Atma


A serviço da Luz.