OS SERMÕES DE SANANDA. II. O Pôr-do-Sol - Corpus Christi, a Renovação da Vida.

(Imagem retirada do Google.)




Pôr-do-Sol

Corpus-Christi, a renovação da Vida



Transcrito por: Atma. 
Escrita inspirada após um sonho com o Mestre Sananda. 
Corpus Christi. 19-jun-2014.

  


“Sem amor,  nem uma gota sequer se transformaria em pérola.”
–  Rumi.






Prólogo

Eu caminhava por uma floresta tão linda...
As copas das árvores eram bem redondas e, na parte de cima, faziam bicos que apontavam para o Alto.
O topo das árvores era de um verde muito vibrante, lindo. Já os troncos fortes e largos traziam agradabilíssima luz de um verde claro que se transformava, em certas partes, em um amarelo dourado... que fazia o meu coração vibrar com uma emoção tão intensa, que eu mal podia ouvir as palavras do Anjo trajado de negro que caminhava ao meu lado, pelas veredas das estradas reluzentes, onde brilho e força, morte e vida, caminhavam lado a lado, em uma perfeita sinfonia.

O Anjo falava-me sobre muitas coisas desta vida, do Universo, mas, principalmente, do Espírito.

Do meu Espírito.
Da minha busca pessoal.
Da minha caminhada.
Da minha jornada interior.
Eu caminhava ao lado dele com os braços cruzados para trás, como um soldado. Eu me espelhava nele, e ele espelhava os sussurros da Floresta de Carvalho...

Em um dado momento, o Anjo me abandonou na estrada e, sozinha, eu me vi em um aterro de cimento infértil. Impenetrável.

Olhei em volta, procurando as palavras de sustento, a orientação daquele que se vestia de negro porém tinha a alma Dourada.

Em vão...

Era chegado o momento de um encontro solitário com a Luz.

E foi assim que comecei a distinguir, no meio daquele infinito de cinza concreto, uma gotinha de luz que vinha do Alto, e que desceu até tocar o chão ali e repousar, sem desfazer a sua forma circular.

Aquele cenário, aquela luz...
A ausência da floresta...
A falta do Anjo...
Me lançaram para dentro de mim, em um instante...

E este poema vibrou no meu corpo. Ou Ele vibrou em mim.
Ele fala sobre a tríade: Beleza, Força e Sabedoria.
Refere-se também à chama trina do coração, com três chamas, nas cores rosa (beleza ou amor), amarelo (sabedoria) e azul (força).






Pôr-do-Sol


O que é o pôr-do-sol
Senão uma gota de luz
No meio do nada

Que se reflete
Mesmo em zona aterrada

Onde outrora
Lua e sol
Refletiram seus raios,
Seu calor, seu brilho...

Seu ardor?


O que é o pôr-do-sol
Senão estrela ínfima
Tantas vezes
De beleza desprezada
Pela rotina
Do espetáculo
Indizível?



Ora, o que é o pôr-do-sol
Senão raio quente
Tal qual os que nos saem da mente
A aquecer e vibrar
Outras vidas?

Aurora dos tempos.
Gota de luz!
(Prateada. Multicolorida.)

Que, como em um capricho, se esvai.


Onde antes era o mar
O homem,
Filho da terra,
Fez chão.
(Fez chão cinza.)

Mas um dia o mar voltará.
Pois um quilo de terra não segura
Tão imensa potência de mar.
(Pois quisera a quimera de um espírito barrar o fulgor de Deus!)

(Tudo muda.)
(Tudo é belo.)

A beleza é de todos.
Não inveje jamais a de outrem.

Pois mesmo o Sol cede à Lua.
Mesmo a Lua ao Sol se põe.
(Ela se curva.)


Sim... Mesmo o Sol se põe
Para deixar vir a Lua...

Ele nos ensina uma lição: que nada nem ninguém para sempre perdura.

E que mesmo um Rei perde seu trono.
E mesmo a mulher mais bela um dia conhece a velhice.
Mesmo o homem mais forte um dia cai!

Sai o Sol.
Vem a Lua.
Sai o mar.
Faz-se o aterro.
Vem a tempestade.
Tudo muda.

Cai-se o aterro.
Invade o mar.
Vai-se a juventude.
Refaz-se a vida.
Retoma-se a força.
Se reencontra com o Sol.
E casa-se com a Sabedoria.

Abençoa a tua velhice,
Pois, como o Sol faz todos os dias,
Um dia teu frescor voltará.

Chore apenas pelas burrices
Das marteladas
Que deixar de dar.

Pois, mesmo d’um Rei as pernas tremem,
Quando o tempo do cansaço chegar.

Mas, a sabedoria em teus olhos,
Esta sempre irá reinar.


O velho ao jovem
Deixa o seu legado.

Vai a Lua.
Vem o Sol.

Renova-se,
Sempre,
Toda a Vida!


Eu sei o quanto dói,
Pois da carne os transtornos sofri.

Mas, me diga,
Amada Criança,

Se chora o Sol,
Pela luz da Lua?

Se chora a Lua
Pelo orvalho das flores?

Se choram as flores
Pelo defunto que as enterra?

Linda! Linda!
És eternamente Linda!






(Ah, o capricho!)
O homem moderno confunde
Sacrifício com capricho
E capricho com sacrifício.

Tome nota:
Sacrifício é ofício sagrado
E capricho destrói a alma.

Tal veneno que impusera
E amarga torna a vida.

Mas ofício, este eleva.
E, mesmo no amargor dos dias,
Traz sentido à Vida.

Mesmo a PUTA que se deita
E, na cama, oferece seu ‘jiva’,
Na alma ela não esmorece
Se compreende o papel daquela avenida.

Ela dança,
Aquebranta,
Enfeitiça...

Faz mal uso da sabedoria. (?)

Mas, mesmo ali,
Lição de fel,
Lhe é trazida.


(Ei!)
Tu que caminhas por esta terra.
Já fostes de tantas formas, nomes e origens.

E hoje?
Que tu és
Senão um monte de
Ciclos
Que hoje bem te servem e bem te serviram?

Sol. Lua. Luar.
Ciclo. Retorno.
- Magnetismo. –

Muitos acham que o Sol é suave e a Lua é branda candura...

Não conhecem a Lei da Vibração e do Ritmo!
(Pááá! Pááá! Pááá!)



Bendita é a Mestra Vida!

E tu outrora foste Criança,
Mas agora já és sofrida.

Já instruíste teu Mestre:
“Só o sofrimento traz alegria.”

Porque o sofrimento é o martelo
Que desfaz toda a mentira!

Como Kunti*, clame ao Alto:
“Senhor, dai-nos sempre o sofrimento, para que jamais o esqueçamos!”
(* Kunti, do Bhagavad Gita.)

QUE BENDITA É A LÁGRIMA
QUE DESENCOBRE O MANTO!


Lágrima de sal.
Mar da luz.
Refaz a cruz
Da tua rosa bendita!
(A rosa do teu coração.)

Chora, Criança!
Porque é melhor chorar
Do que mentir.

Mas, em tuas lágrimas,
Alegra-te com o que,
De melhor,
“está por vir”.


Chão. Cimento. Nada.
Lua. Luar. Brilho cândido a refletir. O Sol.
(Cadência.)
Sol. Fogo que arde, queima e regenera.

(Sai o Sol.)
(Vem a Lua.)

E chega, outro dia,
A manhã.

Com os pássaros que cantam...
Com um pingo de lua ainda no céu
A molhar os orvalhos das flores.

Renasce-se para uma nova Vida...



Corpus Christi!
Pão da Vida!
Sal da terra.
Luz bendita!

Renasce o homem...
Renasce para uma nova vida!

Deixa o Sol se pôr em ti.
Deixa a Lua partir.

Fecha-te para tudo o que é externo.
Mergulha só no Oceano – interno – de ti!

Chora, brinca, descobre. Ri!
Está aí!
(Aponta para o coração.)

Está aí tudo o que está por vir.


Nada tema nem te aflijas.
Tudo o que os olhos vêem é, de certo modo, mentira.

Mas o que trazes
Aí no peito é bússola
Confiável e verdadeira –
Para toda a tua travessia.


Então vai!
Pegue o martelo!
E vá você mesmo quebrar
Aquele horrendo aterro!

Quebre o anti-natural!
(O Anti-Christi. O erro.)
Refaça a harmonia.

A tarefa é tua e não minha.

Eu te dou o martelo.
E, com ele, a escolha é tua.

Daqui, sento no trono
- da Esperança –
De que serás bravo
Como Eu te idealizei
Um dia.

Joga para fora toda a tua fúria.
Mas, para com o teu instrumento,
Fazer apenas o Bem.

Quebra o que é injusto!
Esfola a tua própria mentira!

Deixa vir o mar.

Lavar.
Restaurar.
Trazer nova Vida.

Fúria.
Ardor.
Harmonia.
Paz.
São chagas de uma mesma ferida.

Apenas “espero” que,
Em tudo o que faz,
Reflita o Oceano – interno –
Da tua luz bendita.


Coma o Corpus Christi.
Pão e sangue da minha Presença.

E, com Ele, leve este alimento contigo
Para sempre.

Mas viva HOJE
A tua Essência.



No meu colo, Eu te afago.
Por apenas um único instante.

Logo, te lanço à Vida.
E, atrás, lanço teus instrumentos.

Rápida tens que ser!
Ágil, forte e vívida!

E não terás nunca mais tempo
Para chorar
Por coisas frívolas.


Tudo é força e movimento.
Sabedoria, beleza e justiça infinita.

Com o teu martelo
Agora caminhas.

Vá!!! E destrua toda vã mentira!!!





Suspiro final:

Ah!

Bendita é a lágrima
Que desencobre o Manto!

Em um momento,
Tudo se esvai.
Tudo perde o sentido.
Coisas vãs.
Cai a máscara!
Dá-me o martelo!
Quebro as mentiras.
Faço cacos do meu espelho.
Renasço sobre as cinzas de fel azul.

Sou o que sou.
Sou quem sempre fui
E nunca deixei de ser.

Martelo. Sol. Luar.

Cabe apenas a mim mesma saber me amar.

.Fim.





Orientação posterior, depois que escrevi o prólogo:

“Nem todos têm um Anjo para lhes orientar diretamente, nem em sonho nem presencialmente.

Você deve tomar cuidado com isso, porque as pessoas podem ficar tristes por não terem também a orientação de um Anjo, como você teve. Elas podem desejar isso... Elas podem pensar que precisam de um Anjo para a jornada do auto-conhecimento, o que não é verdade. Porque o caminho é solitário e a busca é pessoal.

Tudo o que você conseguiu até agora é mérito seu. Eu aponto. Você vai se quiser. Mas é você quem vai. Você quem faz as suas escolhas.

Eu vi que você mencionou, no seu texto, que eu te abandonei na estrada e só depois, quando você se viu sozinha, é que você teve a sua experiência pessoal.

Você não teria dado este mergulho se eu tivesse continuado na estrada com você. Enfatize isso.

Ninguém precisa de um Anjo para se auto-conhecer. Basta sentar e convidar o silêncio. Isso basta.

Te confesso que eu não consegui isso sozinho. Eu não me vejo com a possibilidade de atingir o estado em que me encontro hoje sem a ajuda do meu Professor.

Mas ele mesmo já frisou várias vezes: o mérito foi e é somente seu, porque eu apenas apontei o caminho.

O mesmo com você. Eu apenas aponto o caminho quando converso com você.

Mas as pessoas não precisam disso. Cada um tem um caminho e cada caso é um caso.

Apenas te peço para ressaltar essa questão no seu texto, para não confundir a mente das pessoas.

O caminho é solitário.
O mérito é pessoal.
O Mestre apenas aponta o caminho.”

- A.




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