FLOR-DE-LIS - MANIFESTO A FAVOR DA FITOTERAPIA E DE LEIS JUSTAS QUE PROTEJAM O INTERESSE DO POVO.

Rio, 23 de outubro de 2010. Sábado à noite, 20:46h.


FLOR-DE-LIS

MANIFESTO A FAVOR DA FITOTERAPIA E DE LEIS JUSTAS QUE PROTEJAM O INTERESSE DO POVO.

Atenção! Este manifesto representa apenas e exclusivamente a opinião da autora, Natália Biancovilli de Oliveira, que utiliza o pseudônimo de “Atma”. Eu utilizei o cenário do curso de Fitoterapia que estou frequentando como cenário para manifestar a minha opinião. Portanto, as minhas palavras representam apenas a minha visão, não representando necessariamente a dos meus demais colegas. Enquanto vivemos em uma República, sinto-me no direito de expressar LIVREMENTE as minhas opiniões sobre todo e qualquer tema.

Observação: O título deste manifesto, Flor-de-Lis, me foi sugerido pela Energia Cósmica Universal depois que o Manifesto ficou pronto. Observo que eu não escrevo sozinha.

Quando eu nasci neste solo brasileiro, deram-me um nome: Natália Biancovilli de Oliveira, gêmea de Andréa Biancovilli de Oliveira. Eu trago o nome da minha irmã gêmea na minha Certidão de Nascimento, sabia? Acho isso muito legal. Ora, se nós pudemos repartir o mesmo ventre materno, que mal haveria compartilhar o nome em uma folha de papel?

Ao completar dezoito anos, o administrador da República Federativa do Brasil, o Governo Brasileiro, deu-me alguns números também, para certificar a minha existência, RG, CPF.

A administração é necessária. As leis existem para regulamentar. Para proteger. Porém, não consegui nunca me esquecer do que ouvi no filme de Mahatma Ghandi, “There are unjust laws, as there are unjust men” (existem leis injustas, assim como existem homens injustos.”

Ghandi... Um dos meus maiores ídolos...

Atma é o meu pseudônimo. O nome que eu escolhi para mim. Natália eu também adoro. É um nome lindo, forte. Lembra Natal, época que nos remete à figura bendita de Jesus Cristo e tudo o que ele nos faz lembrar. Porém Atma é o nome com o qual eu me batizei assim que descobri a minha missão pessoal: escrever palavras que iriam muito além do meu mundo particular. Palavras que vinham de dentro do meu coração, de tudo o que há de mais puro em mim.

Atma significa “a essência divina que existe em cada um de nós”. É a nossa verdadeira natureza. Nós somos seres (todos, sem nenhuma exceção) divinos. Todas as virtudes existem em nós. É preciso apenas despertá-las. Algumas vezes esse despertar se faz tão delicadamente como uma mãe amorosa que acorda seu pequenino filho pela manhã, outras vezes como uma mãe que entra estrondosamente no quarto do mesmo filho, arrancando-lhe o edredon com força, impiedosamente, rugindo, “Levanta porque está na sua hora!”

Todas as virtudes estão em nós. E todas elas serão despertadas. De uma forma ou de outra.

Agora eu estou aqui no meu quarto. São 20:56h. A minha amiga Esmeralda está dormindo aqui hoje porque ela fez o curso de Florais de Bah com a Eva e amanhã temos o curso de Florais de Saint Germain. Como ela mora em Niterói e o curso é aqui na Vila da Penha, então ela veio dormir aqui. Só que ela chegou aqui passando muito mal e nem conseguiu comer. Foi direto dormir depois do banho para conseguir estar de pé amanhã.

(Voltemos às 12:30h do dia de hoje.)

Sábado. 12:30h.

Querido Diário,

Cheguei agora ao curso de Fitoterapia. Fui lá em cima avisar que eu assistiria a aula da tarde sobre Princípios Ativos e avisei que voltaria depois do almoço. Puxa vida! Perdi a aula de Anatomia da manhã, sobre pele!

Agora estou sentada aqui na praça do Largo do Machado. Tenho uma hora para ficar sentada aqui escrevendo até uma e meia.

Escolhi uma parte da praça ao lado de um dos quiosques que vendem plantas e flores. Esse banco de cimento é interessante porque ele é todo sinuoso. Ele circula um pequeno jardim que possui duas palmeiras e uma outra árvore mais redonda no centro.

O som da asa dos pombos quando eles voam me agrada. Sei que todo mundo diz que pombos são ratos que voam. Que trazem doenças. Que são sujos. Mas eu gosto dos pombos. Tem alguns aqui perto de mim. Alguns bicando o chão. Outros, voando e produzindo essas ondas sonoras que chegam até os meus ouvidos...

O som dos índios lá do outro lado da praça também me encanta... Estão lá... Os mesmos três índios da semana passada. Eles ficam todos ornamentados de índio, como uma homenagem à raiz deles, à origem deles. Para manter a tradição da arte deles. O orgulho de ser índio ou descendente de índios. O orgulho de ser homem da terra.

Como a flauta é suave... Misturada ao som do bater das aves dos pombos, é uma experiência sensorial muitíssimo agradável... Alguns pássaros estão piando e este som também se harmoniza com a flauta dos índios.

Os índios não cantam com a boca. Eles estão cantando com o sopro... O sopro que vem da raiz de seus pés na Terra... O sopro que se mistura a tudo nesta paca... aos pombos, aos pássaros, às árvores, às flores, às plantas, a mim...

Passou um senhor agora por mim e achou graça porque eu escrevo muito rápido. “Ei! Olha aí! É canhota, mas escreve bem, hein?!”

Eu sorri, mas quando ergui os olhos ele já estava de costas, andando em direção à feira que acontece aqui, de um dos lados da praça.

Presto atenção agora ao som da kombi da feira que está moendo a cana para fazer o delicioso calda de cana... (Se eu tivesse dinheiro aqui, bebia um agora.) Barraca de biscoitos amanteigados. Barraca com vários tipos de pimentas. Barracas com vários tipos de produtos oriundos do milho. Um grande caminhão que vende peixes. Frutas, muitas frutas. Muitos legumes. Estou reparando que todas as kombis dos feirantes são brancas. Eu, hein! Será que eles combinam? Ou será que são as mais baratas?

Nossa! Só agora percebi o prédio lindo que tem aqui no Largo do Machado! Um prédio histórico. Pelo visto, está todo reformado. É todo de pedras cinzas e, na parte de cima, é pintado de um vermelho fosco quase atingindo um rosa-marrom. Na fachada de frente do prédio, está escrito em pedra, dentro de um retângulo igualmente de pedra: “AO POVO O GOVERNO”.

Decido ir até lá para ver qual o nome desse prédio. Qual será a história dele? O que ele significa para o nosso povo?

(Sinto neste segundo uma chuva de prata descer sobre o meu espírito e muitos pombos vieram para perto de mim.)

Vou lá ver que prédio é aquele.

Surpreendo-me. É um colégio. Uma minúscula placa marrom diz, em letras brancas:


COLÉGIO ESTADUAL AMARO CAVALCANTI. LARGO DO MACHADO, N. 20.
PRÉDIO CONSTRUÍDO ENTRE 1870 E 1875, POR ORDEM DO IMPERADOR
DOM PEDRO II, SEDIOU A PARTIR DE 1939 A
FACULDADE NACIONAL DE FILOSOFIA.
SEC. MUN. DE CULTURA, TURISMO E ESPORTES
DEP. GERAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL


Pena que os portões de grades de ferro estão fechados! Tenho vontade de entrar para sentir o ambiente lá dentro. Conhecer mais da história deste lugar.

Agora estou em pé escrevendo bem em frente ao prédio, abaixo da placa e ao lado do portão fechado.

O som aqui é diferente. Tem um carro cinza com a parte de trás aberta (de um dos feirantes, ou seja, nem todos são brancos, nem todos são kombis). A parte de trás está aberta para tocar um rádio sintonizado com propagandas políticas. Um candidato faz críticas ao outro, em forma de músicas debochadas.

De repente, me dá uma saudade grande do meu namorado, meu filósofo. Vou convida-lo para vir conhecer este prédio por dentro comigo. Talvez ele até já conheça. Não me lembro se ele já me falou sobre isso ou não...

Daqui não dá para ouvir o som dos índios. Muito menos o bater das asas dos pombos.

“Cá, cá, cá, có, có, có! Vote Serra porque Dilma não dá conta!” diz a música debochada da campanha de Serra. Esse tipo de atitude não me soa a de um candidato preparado para respeitar ninguém...

Do meu lado esquerdo tem uma árvore. Está cheio de lixo jogado na raiz dela. Três pombos bicam cascas de côco quebradas que os feirantes jogaram fora. Aquela barraca que, de longe, eu pensei que fossem produtos do milho, agora vejo que são produtos do côco.

Olho para cima para relaxar o pescoço e solto um “Ah!” de admiração. Que belas as folhas desta árvore! Ah, são lindas! São folhas grandes que formam como se fosse o desenho de uma grande flor. As folhas estão lá no topo, exatamente na altura dos dizeres em pedra “Ao povo o Governo”. Ao povo decidir se querem fazer uso dos fitoterápicos para manter e restaurar a saúde. Ao povo decidir se têm o direito de ingerir a planta sagrada Ayuaska para a sua conexão com o plano espiritual...

Ainda aqui de pé, recordo-me com doçura do filme que assisti com o meu filósofo, na casa dele. Qual era mesmo o nome do filme? Só lembro que era sobre o povo inglês lutando contra a tirania de seu rei. O rei era um homem tolo, irado, que não amava o seu povo. Ao contrário, sufocava os seus “súditos” com impostos e leis injustas. Que época aquela da Idade Média... Uma época escura, dura, sem higiene... Quantas injustiças! E quanto ainda temos que evoluir em nossa sociedade atual...

Olho de novo para o topo. E agora observo o alto do edifício: a estrela da República no meio. Dois anjos beges, um de cada lado. Os anjos seguram alguma coisa. Por causa da claridade, não enxergo bem... São espadas? Ou um jarro que derrama água?

(Sinto que não escrevo sozinha.)

Ao lado de cada anjo, uma mulher à esquerda, um homem à direita. Os homens são de bronze. A mulher está segurando alguma peça na mão, mas também não dá para ver o que é. O homem parece olhar para quem está no portão. Que interessante! Colocaram-no de um jeito que ele parece olhar para mim agora, ou para qualquer pessoa que chegue até aqui. Muito legal!

(Som estridente de deboche eleitoral faz todos os pombos que estavam aqui voarem assustados.)
Amplio a minha visão e percebo que além da estrela, dos anjos e dos homens, há também duas figuras de bronze que em vez de estarem de pé estão sentadas. (Uma mulher sentada ao lado da mulher de pé, um homem sentado ao lado do homem de pé.) Eles seguram objetos nas mãos que não dá para ver o que são. O homem está com louros na cabeça. Devia representar o Imperador.

O sol está ameno e gostoso. A temperatura está bastante agradável.

“Dos meus sonhos não quero acordar...” – toca agora um pagode no rádio. (Engraçado, né?) “No final, tudo vai dar certo...” (Parece até que combinei com o pagodeiro de ele tocar isso agora!)

Ê, pagode bom!

Olho de novo para a feira.

Povo bonito. Sinto-me tão brasileira hoje. O meu coração está mexido... Um homem carrega seu filho de uns cinco anos nos ombros... Lembro-me da cena do filme em que o homem inglês morreu para defender seus ideais de justiça para o povo. Morreu, pela espada da injustiça, na frente do filho de quatro anos! O homem era um filósofo, e assim também tornou-se o filho dele mais tarde...

Um casal de idosos anda devagar. Ele está muito curvado o homem. A esposa o ajuda a caminhar. Penso que, a essa altura da vida, eles já são muito mais irmãs de jornada do que apenas marido e mulher...

Som de um homem que arrasta caixas vazias onde havia peixes.

Alguns feirantes me olham, curiosos com cara de “o que essa menina está escrevendo?”

Dou-me conta de que não sou mais uma menina.

Mas ainda não entendo bem todas as coisas. Nem sei se é para eu entender. Acho que é apenas para sentir mesmo... Acho que é melhor assim... Quando eu sinto, a compreensão vem automaticamente. Entende, Diário?

Agora o homem que carregava o filho nas costas parou para comer pastel com caldo de cana com o filho. (De novo, lembro com carinho do meu namorado e das vezes que paramos para fazer o mesmo, lá na feira da Glória.)

Gente, parece que estou fantasiando, mas o menininho está com uma capa de herói amarela, chinelos vermelhos e algo na cabeça! Parece um sinal... Será fantasia de que?

(Agora estou de novo sentada no banco da praça.)

Não me aguentei de curiosidade e fui perguntar ao pai do menino de que o garoto estava fantasiado. Foi uma mulher vestida de rosa com uma flor rosa na cabeça que me respondeu, “É que ontem foi aniversário dele e, na escola, eles dão essa capa de príncipe com a coroa e o cetro, e deixam a criança levar para casa e então eles devolvem no dia seguinte, porque então o outro amiguinho também poderá vestir a roupa de príncipe quando chegar o aniversário dele.”

“Ah, obrigada,” agradeci e dei um sorriso para o menino-em-seu-dia-de-príncipe.

Sinto duas coisas agora: “Primeiro: que sorte do menino fazer aniversário na sexta-feira! Assim ele pode passar um final de semana inteirinho sendo o príncipe! Segundo: Estou com uma emoção, uma vontade de chorar... Não sei porque... Não é para entender, é só para deixar fluir...

Ih, será que já deu uma e meia da tarde?!

Pergunto a hora para um homem que sentava ao meu lado, e ele me informa, “São uma e vinte e oito.”

Hora da aula de Princípios Ativos Fitoterápicos!! Oba!!

Atravesso a praça (escrevendo e andando devagar). Passo por lindas flores vermelhas, laranja, amarelas, roxas. Em frente à Galeria Condor, peruanos vendem lindos tecidos para as mulheres e chapéus para os homens.

Estou subindo o elevador agora. Um senhor desceu no quinto andar. Subo até o sexto.

Aula com o Enilson! Oba!

O professor Enilson iniciou a aula falando sobre os metais pesados e o quanto eles intoxicam o corpo quando em excesso.

“Eu estou levantando a bandeira para as mulheres não pintarem os cabelos!” ele disse. “Assuma os seus cabelos brancos, eu digo a elas. A tinta é uma toxina, são metais pesados entrando no couro cabeludo. Toxinas que prejudicam as conexões entre as células. Prejudicam a sinapse, as conexões elétricas. As mulheres têm essa obsessão com a estética. Têm que ser magras. Não podem ter cabelo branco. Tomam anticoncepcional. Tudo isso mexe muito com a mulher.”

A Josie perguntou para quê serviam aqueles óculos engraçados que o professor usava. Óculos pretos todos quadriculados.

“É para tirar essa muleta que você usa, os seus óculos!” respondeu ele.

“Ah?” fez a Josie.

A Eliane apareceu na sala reclamando que a aula tinha que começar logo porque nós estávamos de conversa fiada.

O professor Enilson riu. “Olha aí a xerife!” A Eliane riu também, e fez um gesto para ele começar logo a aula sobre Princípios Ativos.

Ih, mas todo mundo queria experimentar os óculos quadriculados. O marido da Eliane também se interessou, porque ele também usa óculos.

“Esse óculos é a melhor coisa!” disse o Enilson. Para pressão ocular, para miopia...”

(A professora Cristina entrou para se despedir de todos. Ai, não acredito que perdi a aula dela sobre a pele!)

Antes de começar de vez a aula, o Enilson nos deu o cartão de visitas novo dele. Lindão! Com alto relevo e tudo! Chique, à altura dele! “Inatu, Instituto de Terapias e Ciências Naturais – www.inatu.com”

“Nossa, que cartão lindão, hein, professor?” falei.

“Muito bonito mesmo,” concordou a Patrícia.

Aproveitei para comentar com o pessoal sobre o que a Esmeralda havia comentado semana passada comigo no dia que fizemos um piquenique com as “bruxinhas”. A Esmeralda falou que nós podemos ver, no desenho de cada planta, qual elemento da Natureza é da natureza dela: fogo, terra, água ou ar. Ela recebeu esse ensinamento no centro de Umbanda que ela frequenta e estuda. Foi passado por um Caboclo.

O professor Enilson gostou e pediu para eu trazer o estudo porque ele também quer conhecer.

“Muito bonito,” disse a Patrícia. “Também quero ver!”

Vânia e Josie disseram o mesmo.

O marido da Eliane só fica rindo e olhando.

“Opa! Vou querer um ponto a mais no meu trabalho, hein?” brinquei.

“No máximo meio ponto! Porque agora pesquisar é a sua o-bri-ga-ção,” disse ele.

“Poxa...” condoeu-se por mim a Patrícia de Antares.

De repente, o professor deu uma palmada na mesa. “O braço do Enilson é uma parte do Enilson,” disse ele, levantando energicamente um dos braços. “Uma parte do Enilson, e não o Enilson! Dentro da planta, existe uma integração completa, perfeita! Um princípio ativo isolado é um corte. Não mostra o universo completo de um ser vegetal! O nosso organismo não entende um princípio ativo isolado. A droga manipulada perde a razão de existir... Perde a sua função integral, elaborada pela criatividade de quem a criou!”

Enquanto o professor fala, vejo que a Tânia está com uma pedra chamada olho de tigre em um cordão que a deixa exatamente na altura do ressonador “Tian Tu”, selo divino (função para a qual a Força Criativa nos criou). Resolvi reparar no cordão que cada pessoa está usando. A Josie traz um pingente da Nossa Senhora. A criatura de Antares usa uma flor prateada. O professor Enilson usa uma pastilha que atua no campo energético dele. Deve ser alguma peça que atua com a tal da Energia Escalar que ele tanto estuda e gosta. Eu estou com uma pedra branca em forma de gota, presa por um nó em um barbante marrom.

“O reino vegetal nos fornece minerais!” dizia o professor Enilson, ainda sentado, fuxicando algo no laptop. “Todo vegetal sintetiza os minerais para o ser humano. Uma pessoa não pode raspar cobre e comer! Mas o cobre que está na planta, esse o organismo entende. Os homens são compostos de mineiras basicamente. Se nós não ingerirmos minerais, estamos seriamente desnutridos! O ideal é dar o mineral para a pessoa através da planta. A planta saberá se harmonizar perfeitamente à arquitetura do corpo humano, e doar a quantidade exata de minerais que o corpo precisar. Enquanto as doses ministradas alopaticamente podem gerar excesso ou deficiência por não serem introduzidos no corpo de um modo natural.”

“A seiva é o sangue da planta. Transforma-se em clorofila,” continua o professor.

O professor agora está falando em pé, escrevendo no quadro de papel. O retroprojetor está aquecendo para iniciar seu uso e reflete uma luz violeta na tela de projeção.

“A estrutura das hemáceas é assim,” diz o professor, enquanto traça riscos de ferro, nitrogênio, oxigênio... “Vejam como é semelhante à estrutura da clorofila...”

Água. Minerais. Princípios ativos. Energia Escalar. Força da Gravidade. Força da Gravidade sendo anulada.

A sombra do professor Enilson se projeta sobre o fundo violeta. Ele se move, a sombra se move também, gerando um movimento espelhado que parecia olhar para o outro lado da sala.

Abrimos a apostila. Agora era a hora de começar a ver, um a um, os princípios ativos que existiam no reino vegetal. A Tânia leu, na página dezessete, sobre as “cumarinas”.

A Tânia é pequenininha, e tem a voz bem doce, “Existem substâncias que predominam nas plantas...”

Plantas vaso-dilatadoras. Plantas vaso-restritoras. Existem pessoas que não podem ingerir a cumarina. É preciso saber utilizar cada princípio ativo.

“É preciso saber que cada pessoa é um universo próprio. A gente precisa compreender este universo. Algumas pessoas precisam de uma determinada dose. Outras, precisarão de uma dose maior ou menor,” elucidou o Enilson.

A Patrícia citou o Dráuzio Varela e as críticas que ele estava fazendo contra a fitoterapia. Foi bem rápido o nosso comentário sobre a estrondosa ignorância dele a respeito da harmonia, da integração dos princípios ativos em sua forma original, do uso adequado da fitoterapia.

E, rapidamente, a aula seguiu adiante sem que déssemos demasiada atenção ao tema. Isso porque para haver um debate, é preciso que o opositor tenha um mínimo de conhecimento sobre o que estamos falando. E na aula estávamos falando de complexidade, integralidade, harmonia.

“É preciso limpar o ambiente interno para não propiciar o desenvolvimento das bactérias e vírus,” continuava o professor.

Próximo princípio ativo: alcalóides. Lemos sobre as suas ações benéficas para o organismo.

A Josie está sentada em uma das cadeiras destinadas aos professores. Parece bem mais confortável lá. O marido da Eliane está olhando para o Enilson com os óculos pendurados no meio do nariz, de forma que os olhos estão livre e com uma expressão de muita curiosidade.

Maracujá. Romã. Papoula. Jaborandi. Onde estão os princípios ativos? É preciso saber se eles estão na casca, na polpa, na raiz.

“Estudem as tabelas em casa,” orientou o professor.

Enquanto o professor fala, observo em mais detalhes o quadro da Deusa da Cura. Da ponta do indicador dela, saem pequeninos triângulos brancos que parecem subir aos Céus... Na palma da mão dela, uma espiral que é igual à energia escalar que o professor falou... Os olhos da Deusa da cura parecem tristes, ou compenetrados demais.

“Para os minerais entrarem na célula, é preciso força, movimento, exercícios físicos,” dizia o mestre.

Óleos essenciais.

Estou aqui pensando por que as pessoas usam cordões... Os cordões são bonitos. Compõem bem a figura visual de uma pessoa. Mais que isso: carregam uma mensagem na qual a pessoa acredita... Agora estou reparando nas pintinhas pretas que o professor Enilson tem abaixo do olho esquerdo. As pintas formam um caminho parecido com o do quadro da deusa da cura. O rosto dele está sempre enfeitado, como uma maquiagem definitiva.

Acabo de descobrir que o capim limão tem vários nomes: capim-estrada, capim-santo, capim-cidreira. Capim-estrada porque dá na beira da estrada. Algumas pessoas plantam na beira da estrada porque eles seguram a terra, evitam deslizamento.

Vi, na tabela da apostila, que o capim-limão é diurético, e me transportei para as aulas de Medicina Oriental onde aprendi que o elemento terra não pode ficar encharcado de água, porque isso constituiria um excesso da água sobre a terra. Escrevi uma observação em meu caderno, “O capim limão harmoniza os elementos água e terra.” E sublinhei com caneta vermelha.

“Plantas que possuem o cheiro muito forte possuem óleos essenciais,” dizia o professor.

Lista de óleos essenciais.

“Agora existem bactérias tão resistentes que o Ministério da Saúde criou uma norma: antibiótico agora só com ordem médica,” disse o professor.

“É mole?” pensei.

“O Ministro da Saúde quer que as pessoas parem de tomar antibióticos, porque as pessoas abusaram tanto deles por tanto tempo que agora surgiram super bactérias que estão se tornando cada vez mais resistentes.

“Que estranha essa resposta da natureza...” pensei.

“Mas as pessoas já sabem qual é o antibiótico que precisam tomar. Elas vão à farmácia e compram!” disse a Patrícia. A Patrícia também reclamou que os médicos hoje em dia não vêm o histórico da pessoa. Eles generalizam tudo. “Para eles, é tudo gado,” disse ela. “Eles não sabem observar. É tudo muito superficial.”

Saponinas. Função das saponinas. Como reconhecer as saponinas. Glicação – o que é, como evitar, como curar.

Agora o professor Enilson está sentado. Agora o fundo é dourado, por causa da cortina onde o sol que vem de fora incide seus raios.

Página quinze. Cipó-mil-homens que possui tamino no caule. Por causa do nome da planta, lembro do filme que contava a história dos ingleses que lutavam pela justiça. Penso em nosso atual Governo. Penso na República. Será que ainda acredito nesse sistema de Governo? Seria melhor o Socialismo? Talvez mesmo a Monarquia? Já não sei mais em que acredito... Não sei mais em quem acredito... Tenho a esperança de que existem pessoas boas tentando fazer uma boa representação para o nosso povo... E consigo respirar com mais tranquilidade.

Escrevo em meu caderno, “O Governo. Aquele que é a Grande Mãe que administra o país, a máquina pública. Aquele que deveria ser o responsável por cuidar de todos. Prover a todos. Parece-me inadmissível que o Governo possa agir contra o direito de o povo fazer uso dos fitoterápicos. Claro que as dosagens precisam ser bem orientadas, para não gerar toxidade. Mas que sentido há em proibir um técnico em fitoterapia de produzir os seus fitoterápicos?!”

Lembro-me das cenas do filme quando o Imperador maltratava seu próprio povo. Continuo escrevendo, “Se eu estou estudando fitoterapia e estou adquirindo o conhecimento técnico de como preparar corretamente um fitoterápico, por que eu estou proibida de produzi-lo e vende-lo? Não me parece justo. Não me parece justo principalmente porque os fitoterápicos são absurdamente mais baratos que os remédios de farmácia. Não é justo retirar esse direito de mais saúde com mais economia do povo.”

Olho para os meus colegas de turma. Para a Eliane, que também assistia a aula conosco. Mas não escuto mais o que eles dizem. Escrevo, “Os fitoterápicos são uma grande fonte de prevenção. Um grande modo de cuidar para não adoecer. De manter uma população feliz e saudável. Que o Governo queira proibir os leigos de produzir e vender fitoterápicos, até dá para entender um pouco. Mas proibir um profissional de fitoterapia? Não te parece totalmente sem propósito? Não te parece totalmente sem justiça?”

Suspiro. Olho para a luz violeta. Olho para a cortina dourada. Volto a escrever, “Eu sei que o Governo lançou uma lista dos setenta e um fitoterápicos liberados para uso. Foi pelo menos um começo. Mas a verdade é que os terapeutas naturalistas estão vivendo em um grande sistema de ameaça e de medo. Medo de terem seus espaços confiscados pela “Vigilância”. Medo de serem denegridos, tachados juridicamente de charlatões, de curandeiros. Tive vontade de chorar quando o meu namorado me contou que uma amiga dele, que mora lá em Lumiar, foi obrigada pela “vigilância” a fechar o estabelecimento dela onde ela produzia e vendia fitoterápicos para todo o pessoal da região.

“Pai do Céu... Como vai ser para aquele pessoal lá?...” pensei.

Escrevi bem grande no meu caderno, em letras garrafais, “NÃO ME PARECE JUSTO! NÃO ME PARECE JUSTO!”

Ergo os olhos para o quadro da Deusa da Cura. Encontro o meu olhar com o dela. O dela, compenetrado, o meu com certeza triste agora. Tem alguma coisa escrita no quadro, na parte de baixo. Não posso levantar agora no meio da aula para olhar. Na hora do intervalo, eu vejo.

Tecidos. Taninos. Espinheira-santa. Chapéu-de-couro. Os japoneses patentearam a espinheira-santa! Erva que só dá aqui no Brasil! Esses gringos estão querendo se apropriar da “nossa riqueza natural”! Por que estão deixando?

Página dezesseis. Lista de plantas que possuem taninos.

“Antes de colher a planta, é importante pedir licença para a plantar e para quem cuidou da planta, “ disse a Eliane, “porque assim a planta não reage em seu instinto de auto-preservação, e não libera substâncias que farão mal ao corpo do homem. É preciso trabalhar com respeito à planta e com respeito a quem cuida da planta.”

“Quem cuida da planta?” perguntei.

“Oxóssi e Ossanha,” respondeu ela, e a Patrícia, que também é da Umbanda, balançou a cabeça afirmativamente.

“É importante esse respeito, essa comunicação com o vegetal,” disse a Eliane.

“Essa é uma comunicação que escapa à observação grosseira,” disse o Enilson.

A Eliane contou dois casos curiosos que aconteceram na casa dela. Ela tinha dois vasos de confrei. Um deles, ela colocou perto da arnica. O outro, ficou longe, em um canto, e começou a murchar (ficar triste). Então ela observou essa manifestação da energia e pegou o vaso, acariciou a planta, conversou com ela, e então colocou-a perto dos demais vasos, e então a plantinha se recuperou. Outra história é que ela tinha um orégano muito cheiroso e foi cair na besteira de colocá-lo perto do hortelã. Eles não gostaram. Porque os dois tinham o cheiro muito forte.

“A gente tem que ser sensível até com isso,” disse a Eliane. “Na jardinagem, na hora de conjugar as ervas no composto fitoterápico. Para não colocarmos ervas que conflitam umas com as outras.”

“É preciso lembrar que nós já vivemos no reino mineral,” tornou o Enilson. “Já fomos também do reino vegetal, animal, e agora humano. Quando nós saímos de um reino para o outro, ganhamos aspectos de cada reino. O reino vegetal percebe os demais reinos. Ele sabe. Ele sente. Ele sente o respeito ou o desrespeito do homem. Falar sobre isso não está fora do contexto do curso de fitoterapia.”

“Oxossi e Ossanha são os guardiões do Reino Vegetal. E tudo é regido pelo Comando Divino, por essa energia superior... que rege e cuida de todos os reinos...” disse a Eliane, com suavidade.

Mucilagem. Lista de plantas que as contem.

Escrevi em meu caderno, “Respeito”. Lembrei-me da música debochada que ouvi na praça, “Cá, cá, cá, có, có, có!”. Escrevi, “Existem leis que são contra o povo.” Lembrei do menininho vestido de príncipe. Do som dos pombos voando. Da frase “ao povo o Governo”. Do filme “Tropa de Elite 2” que assisti junto com meu namorado. Pensei em como deveria ser interessante a escola de Filosofia na época antiga. Pensei no amor. Escrevi, “Respeitar é amar.” Depois pensei melhor e escrevi na linha de baixo, “Amar é respeitar.”

“A babosa é riquíssima em mucilagem,” dizia o professor.

A Patrícia contou que o Preto Velho Pai Felipe de Angola ensinou aos homens uma receita que cura o câncer. Ele mede a pessoa da cintura para baixo para saber qual o tamanho da babosa que ela vai precisar. Depois corta a babosa em vários pedaços e mistura com uísque e mel e manda a pessoa tomar a mistura todos os dias quinze minutos antes de cada refeição. “Já vimos inúmeros casos de cura lá no terreiro.”

“Essa cura é comprovada cientificamente?” perguntou a Josie.

Cocei o meu queixo. Esse negócio de comprovado cientificamente é tão relativo. Eles mesmos se dizem e desdizem o tempo todo, e muitas declarações parecem possuir certos interesses por detrás dos panos...

“A ciência tem que andar para a frente!” defendeu a moça de Antares.

“Antes era a igreja que se entitulava a detentora do conhecimento,” disse o Enilson. “Hoje em dia, é a ciência.”

Todos sacudimos a cabeça concordando que a “ciência” atual ocupava perfeitamente o lugar que antes era apenas da igreja. Lembrei do filme que vi e do homem que morreu com a cabeça cortada pela espada injusta.

O professor Enilson pareceu ficar triste. Foi a primeira vez que o vi assim... Ele falou, “Só que hoje é pior, muito pior! Hoje em dia é pior que os tempos em que as pessoas eram mandadas para a fogueira! Porque hoje não te matam, mas sim tiram a sua integridade, a sua moral. Te chamam de curandeiro, de charlatão. Não respeitam as suas raízes, o conhecimento adquirido pela transmissão oral. Denigrem você. Você se torna um ser que não tem espaço. Que tem que esconder aquilo em que você acredita. Por causa do sistema de ameaça e de medo. Se você fala, tiram o seu espaço. Te proíbem. Até te mandam para a cadeia!”

“Eles não respeitam...” pensei, e não sei se falei em voz alta ou não.

“Nós temos que unir a nossa voz! Temos que nos unir para ter o nosso espaço!” defendeu a Patrícia.

“É por isso que eu defendi a bandeira da deputada Inês Pandeló,” disse a Eliane. “Porque ela defende os justos interesses do povo.

“Ela foi eleita no primeiro turno?” perguntou a Patrícia.

“Foi!” respondeu a Eliane, com um ar de “graças um bom Deus!”

O professor Enilson estalou os dedos e nos fez voltar para a aula.

Lista de plantas. Conhecimentos técnicos. Física quântica.

A Eliane abriu um parêntese para fazer sobre o uso da linhaça. Eu não sabia, mas a linhaça oxida quando já vem triturada. O ideal é comprá-la na forma de sementes e moer só na hora que for ingerir.

“Que Deus me ajude a informar a todos aquele que ainda não sabem,” rogou a Eliane aos céus, falando em voz alta.

Opa! Intervalo.

Deixei todo mundo sair da sala e fui ver o que estava escrito no quadro da Deusa da Cura. Dizia assim: “A mandala como Yantra (instrumento de iluminação). Através da prática de meditação ajuda a despertar a verdade interior.”

Não entendi direito. Fui lanchar com o pessoal. O professor Enilson estava contando que tem uma árvore no Parque Lage que parece uma girafa. “Aquela árvore vai sair do reino vegetal já já e ressurgir no reino animal como uma girafa!” disse ele. “Quando ela terminar o ciclo dela no reino vegetal, ela vai cair e passar para o reino animal na forma de girafa!”

Pareceu-me natural e lógico.

“Depois os homens passarão para a fase angelical,” disse a Eliane.

“Ih, mas ainda demora muito!” falou a Patrícia de Antares.

Eu ri, e enfiei um pedaço de damasco na boca. Fiquei mastigando igual fazem as girafas, com aquele mastigo engraçado.

Naturoterapia. Três princípios de saúde do Lezaeta. (Preciso comprar o livro do Lezaeta!) “Todo processo mórbido é uma defesa orgânica.”

O Lezaeta fez até o segundo ano de Medicina. Aos vinte, abandonou, porque ficou com sífilis. O padre Tadeu de Vicenso (é assim que escreve?) disse para ele, “Venha comigo. Vou curar você!” O Lezaeta não acreditou muito mas não tinha outra alternativa. Então o padre receitou para ele o banho de vapor, a argila que puxou as impurezas para a superfície da pele, para expurgá-las, ensinou-o a se alimentar bem, a cuidar do equilíbrio térmico do corpo. Uma semana depois, o Lezaeta estava todo ulcerado, com o corpo todo machucado. Ele foi até o padre e disse que estava morrendo! O padre respondeu, “Não! Você agora está sendo curado!” Lezaeta viveu até os noventa anos. Nunca mais voltou para a medicina. Tornou-se um terapeuta naturalista.

Aula. Aula. Aula. Conteúdo. Conteúdo. Muito conteúdo!

Outro intervalo. Ameixas. Damasco. Pêssegos. Suco de uva. Suco de clorofila. Geléia de cupuaçu. Ai, que delícia! Biscoitos integrais doces e salgados. Comi que me esbaldei.

Depois voltamos para a sala de aula. Assistimos um vídeo que mostrava um pessoal que fazia um cultivo orgânico das plantas medicinais. Um vídeo do pessoal lá de Viçosa, Minas Gerais. Uma mulher (Maria Luiza) falava, “Precisamos de plantas sadias. Este trabalho exige dedicação e carinho, e é muito prazeroso.”

Legal.

Outro pedaço do vídeo, mostrando a técnica da rotação das culturas. Como fazer uma hortinha em casa. Cuidado para não colocar água demais. Como adubar. Qual planta colocar perto da outra.

Lembrei do meu bambuzinho lá em casa. Caramba. Toda planta que eu coloco perto dele não vinga! Acho que ele é muito ciumento!

“Todo processo degenerativo acontece quando a pessoa perde a vontade de viver,” disse a Eliane.

“Ué, e como um terapeuta pode devolver a alguém a vontade de viver?” indaguei eu. “Parece-me impossível!”

“O terapeuta ajuda a elevar a auto-estima do paciente para que a pessoa volte a se amar e a querer viver,” respondeu a Eliane.

Peguei um biscoito doce e comi com geléia de cupuaçu. Nossa senhora dos céus, que delícia!

Fiquei encostada na porta do laboratório da Eliane, onde ela produz os florais de Saint Germain. Tem uma foto linda de um Jesus com o maior sorrisão no rosto! Automaticamente, sorri de volta para a foto, como se o próprio Jesus estivesse ali. Deu uma felicidade no peito. A Eliane me mostrou tudo, como ela prepara os florais, as orações que ela faz durante todo o processo.

“Laboratório já diz,” disse ela, “labor em oração.”

Fiquei namorando os vidrinhos de florais de Saint Germain feliz da vida porque amanhã eu vou fazer o curso de flo-rais-de-Saint-Ger-main! Que maravilha!!!

Voltamos para a sala de aula. O professor Enilson colocou um power point com fotos da Amazônia que ele mesmo tirou em uma viagem que ele fez, e onde inclui frases de uma bela oração, “Bom dia, dia! Bom dia, vida! Bom dia, natureza! Bom dia, amor!... Conceda-me coragem para modificar as coisas que posso modificar...”

E terminou a aula.

Ah, que peninha. A aula é tão boa! Dá vontade de ficar mais.

Voltei de metrô com a Patrícia. Hoje ela estava toda de azul. Viemos conversando sobre a Umbanda. Ela me falou que, na época da Atlântica, esse movimento se chamava “Umbandam”, mas que ficou retido por causa do comportamento do homem. “A Umdanda é um movimento para unificar,” falou ela, unindo os dedos das mãos direita e esquerda. “A Umbanda tem todos os povos: o Oriente, o Africano, o Índio, o Cigano, os Baianos, tem de tudo um pouco...”

“Assim como o Brasil, né?” comentei. “Tem de toda gente do mundo um pouco.”

“É... assim como o Brasil...” concordou ela.

A minha estação chegou – Vicente de Carvalho – e deixei o vagão, dando tchau para ela pela janela de vidro do trem.

Agora estou aqui. São 23:58h. Agora vou começar a me preparar para dormir. Acordo cedo amanhã para estudar mais. Tô com saudade do meu namorado. Esse final de semana não deu mesmo para a gente se ver. Mas é bom para dar um pouquinho de saudade.

Tchau, Diário. Boa noite. Antes de dormir, vou rezar para as energias do Universo concederem à nossa Pátria a sabedoria e o desejo de liberdade, igualdade e fraternidade para o povo!

Com amor,

Atma.



+ PESQUISEI NA INTERNET SOBRE A “FLOR-DE-LIS”, QUE ME FOI INTUÍDA PARA COMPOR O TÍTULO:

A flor-de-lis é uma figura heráldica muito associada à monarquia francesa, particularmente, ligada com o Rei da França. Ela permanece extra-oficialmente um símbolo da França, assim como a águia napoleônica. Mas não tem sido usada oficialmente ao longo dos vários períodos republicanos por que atravessou este país. Nota[1]
A palavra lis, de fato, é um galicismo que significa lírio ou iris, mas também pode ser uma contração de "louis", do francês, Luís, primeiro príncipe a utilizar o símbolo (ficando assim "fleur-de-louis", ou "flor de luís"). Assim, a representação desta flor, e seu simbolismo, é o que os elementos heráldicos querem transmitir, quando a empregam sob as mais diversas formas. É uma das quatro figuras mais populares em brasonaria, juntamente com a águia, a cruz e o leão.

É o símbolo do movimento escoteiro, as três pétalas representando os três pilares da promessa escoteira e o apontar para o Norte em mapas e bússolas, mostra para onde o jovem deve ir, sempre para cima. (Fonte: Wikipédia.)
+ Amaro Cavalcanti Soares de Brito[a](Caicó, 15 de agosto de 1849 — Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1922) foi um jurista e político brasileiro.
Foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de 11 de maio de 1906, aposentando-se em 31 de dezembro de 1914.
Em 12 de janeiro de 1917, foi nomeado prefeito da cidade do Rio de Janeiro, quanto esta ainda era o Distrito Federal. Governou de 15 de janeiro de 1917 a 15 de novembro de 1918, data em que foi nomeado ministro de Estado da Fazenda pelo então presidente Delfim Moreira. Seu nome batiza uma escola técnica no Largo do Machado e uma avenida que liga os bairros cariocas do Méier ao Encantado.
Foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Notas
a. ^ Seu nome é por vezes registrado como "Amaro Bezerra Cavalcanti" e "Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque".
Ele foi também Juiz da Corte Internacional de Justiça de Haya, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Procurador Geral da República e um dos autores da Constituição Republicana de 1891.e patrono da cadeira 2 da Academia Norte-rio-grandense de letras. (Fonte: Wikipédia.)

Com amor,


Atma.