Bom dia, querido Diário. Que lindo dia!
Hoje recebi mais uma vez a Madam S. aqui em casa, para uma sessão de Reiki. É sempre uma alegria estar entre amigos e fazer essa troca de energia.
Madam S. chegou, dei a ela um copo de água e depois ela se deitou no colchão para iniciarmos a transmissão do Reiki. Lavei as minhas mãos e me coloquei em estado receptivo, abrindo a conexão com os símbolos transcendentais de cura... Ah, que suave harmonia... Ah, que vibrações maravilhosas começam a banhar a minha alma, lavando-me com doces melodias... fazendo vibrar cada pelinho do meu corpo, enchendo-me de poderosa energia! Nossa, muito difícil e se falar... Muito gostoso de se sentir.
Meu chakra do topo da cabeça se abre feito uma gigantesca flor, com centenas e centenas de pétalas, e recebo a Chuva de Prata que cai sem parar!
“Ah... maravilhosa energia! Cai, cai sobre mim! Me usa como canal! E venha beneficiar a minha amiga que à minha frente está deitada, entregue, de olhos fechados, na espiritualidade a confiar!”
Sim, sim! Entrar em contato com o Reiki faz da alma poesia!
Deixei-me estar em doces preces por longo tempo. Em todos os chakras as minhas mãos passaram, atuando nas mais diferentes camadas de sua aura. “Amado e poderoso Mestre Saint Germain da Sagrada Chama Violeta da transmutação! Recai sobre nós a força sagrada deste raio de luz...”
Mas, quando dirigi-me ao coração da Madam, ouvi uma orientação, “Não posicione a sua mão tão próxima do corpo físico. Erga-a a um metro de altura.”
Na hora obedeci e então soube que estava acompanhada por agradável criatura. “Deve ser o meu mestre de Reiki. Porque dizem que todos nós, Reikianos, temos um. Mas eu nunca conheci o meu... Há de ser ele,” pensei.
A Madam continuava com os olhos fechados, barriga para cima, braços espalmados ao longo do corpo. Ela respirava suavemente, e seus cabelos negros e ondulados faziam bela moldura em seu rosto de traços fortes e femininos.
“Madam vai ficar boazinha. Vai, sim...” tive a certeza.
Passado algum tempo, não tive mais vontade de aplicar Reiki, e fiz um pouco de cromoterapia e posicionei alguns cristais em determinados pontos do corpo. E deixei-os agir por mais alguns minutos.
Terminada a sessão (cerca de vinte e cinco minutos), falei para ela mexer as mãos e os pés devagar e ela foi voltando a si.
“E aí? Como está se sentindo, Madam?”
Madam S. sorriu. “Muito bem... Muito bem... eu não sou muito de ver cores... Porque tenho dificuldade de visualizá-las... Mas... você sabe que hoje eu consegui ver tudo colorido?”
“Ah, é? Que legal?” disse eu, interessada em conhecer o que havia se passado com ela.
“Primeiro eu vi uma luz branca muito forte. Muito forte. Ofuscou tudo. Depois, uma luz amarela. Depois de um tempo, passei a ver como se fossem células... girando rapidamente, correndo. Como se eu estivesse olhando em um laboratório, sabe?”
“Caramba...”
“E eu vi também um chinês...” dizia ela, os olhos brilhando muito.
“Ah, é?” interessei-me, lembrando do chinês com quem eu havia conversado havia poucos meses no plano astral, que havia me avisado que estava encarnado, morava em Beijing, e que em breve viria a ser meu professor de acupuntura.
“É. Esse chinês tinha o rosto fino, usava um bigode e tinha o rosto gentil,” dizia ela, completando a descrição com o uso de alguns gestos com as mãos, para eu entender melhor o formato do rosto. Batia exatamente com a descrição do chinês com quem eu havia conversado, meu futuro professor!
“Ah, e aí?”
Madam S. continuou, “Esse chinês estava colocando algumas agulhas no meu corpo. As agulhas ficavam dançando no meu corpo espiritual...” dizia ela, tentando compreender o que havia acontecido, e balançava os dedos das mãos para todas as direções, mostrando-me como dançavam as agulhas. “Só que essas agulhas eram estranhas... porque delas saíam alguns fios vermelhos... Mas eram mesmo agulhas!”
“Está tudo certo, Madam. Este é o espírito de um chinês que me auxilia no estudo da acupuntura. Como ainda sou estudante e ainda não posso aplicar as agulhas, ele o faz no plano sutil. Agora é meio-dia aqui no Brasil. Meia-noite na China. Com certeza, ele dormiu e se desprendeu do corpo para vir me ajudar. Ele está sempre comigo... Em breve, poderei ir estudar com ele pessoalmente,” disse eu, e contei a ela toda a história.
“Nossa, que legal!” disse a Madam. “Mas... por que haviam fios vermelhos saindo das agulhas?” ela quis saber.
“Ora. A acupuntura tem um grande número de técnicas, incluindo a eletro-acupuntura aqui no plano físico. Não sei que tipo de tecnologia ele pôde usar no plano sutil, mas desconfio que seja uma espécie de Fio Manaka, que é um fio utilizado quando, por exemplo, se quer tirar dor... porque ele trabalha com duas polaridades e dá uma espécie de curto-circuito no seu sistema,” expliquei, e fiquei pensando quem tinha mandado eu evocar a Chama da Transmutação. Vibrei um amor intenso para esse espírito tão amoroso que tão dedicadamente me assiste.
Até agora não tenho certeza se era o Fio Manaka que o meu professor de acupuntura estava usando. Assim como até hoje ainda não sei o nome dele...
Ainda me lembro do dia em que o conheci...
Eu estava em uma gruta em formato de serpente, dentro de uma reserva florestal aqui do Rio... realizando um trabalho xamânico conduzido pelo Xamã Luz... Ele fazia vibrar o tambor, emanando por toda a floresta a sua energia... Eu estava aborta, entregue às experiências da Luz.
Nem acredito que permaneci desprendida do meu corpo físico por mais de sete horas nesse dia, embora parecesse terem se passado não mais que quinze minutos! Eu só acreditei depois quando o Xamã me mostrou o relógio que ele trazia, e quando vi que de fato escurecia...
Quando sentei-me no chão daquela gruta, eram cerca de uma e meia da tarde. Foi quando então uma seqüência de acontecimentos maravilhosos se sucedeu... (Depois te conto tudo o que aconteceu nesse dia, Diário. Foi muita coisa.) O segundo mestre que para mim se apresentou foi este singular chinezinho, que usava um bigode assim e tinha um rosto fino. Ele surgiu de dentro de um dos filamentos luminosos de cor violeta dentro do holograma de luz onde estávamos. Ele saiu de dentro do que parecia um corredor que se abriu para logo então sumir. Primeiro, veio aparecendo um vulto, um vulto... e depois a imagem dele veio ficando nítida, nítida, completamente visível. Visível mesmo. Perguntei, “Ora... E agora... Quem vem falar comigo? Quem é você?”
O chinês apenas sorria e, na linguagem do espírito, dizia, “Eu serei seu professor de acupuntura em Beijing.” (Pareceu uma grande festa esse dia, pois estive com vários mestres, vários guias.)
Ainda me lembro da resposta materialista que dei, “Mestre! Desculpe duvidar da sua palavra... Mas... Eu não tenho dinheiro para ir estudar em Beijing. Nem um centavo sequer.”
Calmamente, ele apontou para o holograma de luz que nos cercava, girando o braço de uma ponta à outra, pegando toda a sua extensão aparente, e disse, “Você está vendo esta luz?”
O espírito dele vibrava com tal harmonia... Fiquei um tempo em silêncio... Apenas admirando aquele marzão de luz... “Caraca... A gente mora aqui...” pensei. “Mas que é que será esse holograma de luz, gente?” pensei cá comigo, e depois fiz que sim com a cabeça em resposta ao mestre. “Sim, estou vendo este mar de luz...” vibrei.
“Pois foi esta luz que te trouxe até aqui, Atma, e é ela que te levará até Beijing! Confie! Você se preocupa demais com as coisas,” disse isso e ia se virando para ir embora.
Clamei, agitando o meu campo de energia, “Ei, ei, mestre! Epa, epa! Volte aqui! Não vá embora assim tão rápido!” pedi. Eu tinha gostado muito dele e não queria que fosse embora! Não tão rápido assim!
O chinês se voltou para mim, riu, e disse, “Não existe isso de chegar nem de ir embora, Atma! Nós estamos sempre conectados por esta luz. Basta você pensar em mim e eu já estou aqui.”
Pensei em perguntar o nome dele e, no mesmo segundo, ele vibrou, “Nomes não são importantes.”
“Só mais uma pergunta, mestre,” pedi. Ele consentiu. Perguntei, “Você está encarnado na Terra neste momento? Ou vive só no astral?”
“Eu estou encarnado. Em Beijing. E eu serei seu professor de acupuntura em Beijing,” disse ele.
“Ora, mas como você consegue fazer isso?” eu quis saber, já que ele estava encarnado em um corpo físico e tinha tamanha desenvoltura nos planos sutis.
“E você não está fazendo o mesmo?” questionou ele, para então realmente dar as costas e partir. Aliás, partir, não, né? Já que não existe isso de chegar e nem de ir embora...
Eu devo ter ficado com uma cara de boba muito grande. “É, né?” pensei, cá comigo. “Eu também estou fazendo isso...” Fiquei toda prosa.
Nossa, Diário... Quantas experiências... Quantas vidas... Quantas almas de luz... Quanta diversidade nesse Universo grandão aí... Há muita coisa para se viver... para se aprender... para sentir... Isso me dá um baita entusiasmo para a vida!
Amorosamente,
Atma.